Traduzido por
Coletivo de tradutores Vila Vudu
No
mesmo domingo, votaram os eleitores ucranianos, colombianos e da União
Europeia. Nesse começo de semana, é a vez dos egípcios se achegarem às
urnas. De Kiev a Bogotá, passando por Bucareste, Toulouse, Manchester,
Rovaniemi, Kaunas, Wuppertal, Port-Saïd e Gizé, essa efervescência
eleitoral não trouxe nem trará nenhuma verdadeira surpresa. No Egito, o
marechalíssimo SiSSi com certeza papará uma
eleição-trapaça-burla-mistificação, cuja única função é aplicar um
verniz de legalidade ao seu golpe de estado contra presidente eleito. Na
Colômbia, onde 6 de cada 10 eleitores não saíram de casa para meter o
pedacinho de papel no buraquinho da urna, saberemos dia 15 de junho quem
vencerá o segundo turno, se Santos, aluno e sucessor do U(bu)ribe, ou
Zuluaga, chamado “Z”, também aluno do U(bu)ribe.
Mas consideremos, para começar, os dois vencedores mais espetaculares das euro-eleições: na França, Marine-la-Azul; na Grécia, Alexis-el-cor-de-rosa. O Front National tornou-se o “primeiro partido de França” e Syriza, o “primeiro partido de Grécia”. Surfando o mesmo desgosto da política de desastre dos euroburocratas, essas duas forças políticas oferecem discursos muito divergentes: ao nacionalismo velhote tendência ‘poder branco’ retravestido em neo-gaullismo pós-moderno da vaca-marina, opõe-se um internacionalismo socialista que se livrou dos vanguardismos, da ditadura do proletariado e da luta de classe contra classe, em resumo, uma variante rejuvenescida de social-democracia, da qual o velho Karl Marx deu a melhor definição histórica: “O caráter próprio da social-democracia resumia-se a ela exigir instituições republicanas como meio, não para eliminar os dois extremos, o capital e o salariato, mas para atenuar o antagonismo entre eles e transformá-lo em harmonia” (O 18 Brumário de Louis Bonaparte, 1852).
Riber Hansson, Suécia, Maio de 2012 |
Volto ao que me agita mais que tudo, já há algum tempo: a eleição presidencial na santa Ucrânia. Imaginem que a eleição foi precedida, na véspera, por uma missa na catedral de Santa Sofia de Kiev, à qual assistiu o conjunto do governo de fato, brotado do putsch de fevereiro. Domingo pela manhã, Angie, François e Vladimir tiveram conversinha a três pelo telefone, e se puseram de acordo o suficiente para se declararem “interessados em que a eleição presidencial na Ucrânia transcorra de maneira calma e pacífica” e quanto “à necessidade de intensificar as discussões entre representantes da Rússia, da União Europeia e da Ucrânia com vistas a resolver os problemas relacionados ao setor de energia.”
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire